Outras Trilhas

Qual é a sua bússola?

Impressão sob encomenda: entrevista com David Caparelli

Não há dúvidas de que a maneira como produzimos e consumimos conteúdos  está mudando rapidamente. Uma das evidências dessa transformação no mercado editorial é a impressão sob encomenda, aposta de empresas como HP e de escritores que, agora, contam com essa tecnologia para chegar até seus leitores.

É o caso do escritor David Caparelli, que acaba de lançar A Origem dos Números usando a tecnologia print on demand. Nesta entrevista ao Outras Trilhas, o autor fala da sua experiência com esse modelo e de seu novo livro

1. A Origem dos Números é impresso sob demanda, um sistema relativamente novo no mundo, especialmente no Brasil. Como funciona esse processo? 

O mundo literário está em grande transformação, visto que a Internet deu uma nova vida aos editores, autores e logicamente aos leitores. O mais importante é que com a obrigação dos setores produtivos  em proteger nosso planeta foi lançado este  livro, cujo miolo foi  impresso num papel fabricado pela Dupont  com o nome  Tyvec (um polietileno de alta densidade, que é resistente ao rasgo, muito flexível e extremamente leve, que não provem de florestas, não agride o meio ambiente e é 100% reciclável).  A capa é de Vitopaper (tecnologia BOPP). 

 Com a  AlphaGrafics e a HP Indigo 7000 Digital Press,  cuja tecnologia  permite a impressão dos livros sob demanda, é possível editar desde um exemplar ou quantos forem necessários, com tiragem quase que instantânea. Isso dará aos autores a oportunidade de verem seus livros produzidos,  divulgados e vendidos através de empresas como a  agBook ou Clube dos Autores, numa forma democrática, quando todos participam e ganham. Isso a meu ver  gera uma grande oportunidade aos novos escritores.   

 2. Por que é importante conhecer a origem dos números?

Sempre gostei  do tema, e através de pesquisas com vários amigos e professores, percebi que a grande maioria não conhecia sua  origem  e sua representação. Os números sempre fizeram e fazem parte de nossa vida, porque eles são importantes para a própria sobrevivência, por mais que nos pareça estranho, nosso cotidiano depende das contas que somos obrigados a manter para evitar digamos, um fracasso financeiro, ou criar dívidas muitas vezes impagáveis.  

 Alguns temas do livro foram introduzidos porque as civilizações antigas nos legaram informações preciosas, de matemáticos . Poderíamos, por exemplo,  citar o grande pai da numerologia moderna Pitágoras.

 3. O livro também trata da Cabalah, que tem se tornado muito popular…

A Cabalah,  por exemplo nos revela uma parte esotérica do ser humano. A numerologia, com a qual muitos se orientam por acreditarem cegamente nos seus significados simbólicos, oferece informações importantes sobre a própria criação do universo. As culturas orientais usam o Tarot, I Ching, porém não vamos nos aprofundar, porque é necessário ler o conteúdo  para ter-se uma idéia dos significados reais dos números. Ainda tenho outras pesquisas que serão introduzidas  numa próxima edição, e que não puderam ser incluídas por falta de espaço nesta edição.

Serviço

A Origem dos Números
Número de páginas: 221
Edição: 1(2010)
Preço: R$ 47,77
www.davidcaparelli.com.br
www.agbook.com.br
 
 

maio 31, 2010 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , , | Deixe um comentário

Quando tudo é mesmice… só resta Piaf.

maio 29, 2010 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , | Deixe um comentário

Sagas familiares pelas lentes de Wes Anderson

Seu Jorge cantando no filme A vida marinha Steve Zissou

O cineasta estadunidense Wes Anderson tem uma filmografia enxuta, mas já conseguiu marcar presença com seu jeito particular de contar sagas familiares misturando drama e comédia, moderno e retrô, local e universal. Em A vida marinha de Steve Zissou ou Viagem Darjeeling, as aventuras dos personagens pela distante India ou pelas profundezas oceânicas servem apenas de pano de fundo para o mote central das histórias: o conflito familiar.

Como na vida real, os vínculos familiares mostrados pelas lentes de Wes Anderson são, de fato, a linha que conduz a narrativa. Não importa onde você esteja (o quão longe esteja): no final das contas, os laços familiares se impõem no roteiro.

Quero crer que, como nas películas de Anderson, os conflitos sempre podem ser solucionados, ainda que de alguma forma insólita ou inesperada. O universo tem lá seu jeito particular de dar um equilíbrio homeostático em tudo. Acreditar na mão invisível e sábia do universo pode ser pesado demais para os mais céticos. Mas, convenhamos, essa ideia traz uma baita reconforto nas horas mais difíceis.

Wes Anderson – Filmografia

maio 3, 2010 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , , , , , , | Deixe um comentário

All is full of love

Neste Dia dos Namorados, este blog recomenda All is full of Love, com Bjork. Escute a música, veja o vídeo e ame muito!

junho 12, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , | Deixe um comentário

Série para web baseada em Blade Runner adotará licença CC…

bits_bladerunner1

Foi confirmado esta semana. Ridley Scott, diretor de Blade Runner, vai produzir a versão web baseada no filme com licença copyleft intitulada “Purefold.” A informação  é do site da Creative Commons.

Leia mais no artigo do NYT

junho 6, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , | Deixe um comentário

Benedetti: adios, maestro!

Em junho do ano passado, escrevi este post sobre o que seria a última obra do escritor Mario Benedetti, que nos deixou no último dia 17.

Li hoje a coluna de Ivan Martins, amigo que me apresentou o meu primeiro (de vários) Benedetti: A Trégua. Diz Ivan: “Descobri, como Benedetti, que amores imensos nunca se vão de todo. Eles ficam na memória e nos moldam a vida, mas não nos impedem de vivê-la. Como os melhores livros.”

Benedetti é assim. Deixa em nós, leitores, essas marcas indeléveis. Em mim, encravou a idéia de que o amor precisa ser intenso, incondicional e destemido. Um salto de parapente, um disparo de neve.

Como em um de seus mais famosos versos, “No te salves”, declamado pelo próprio autor no filme El lado obscuro del corazón. Versos que muitas vezes me ajudaram a arrancar medos e cruzar fronteiras.

Gracias, maestro!

No te salves

No te quedes inmóvil
al borde del camino
no congeles el júbilo
no quieras con desgana
no te salves ahora
ni nunca
no te salves
no te llenes de calma
no reserves del mundo
sólo un rincón tranquilo
no dejes caer los párpados
pesados como juicios
no te quedes sin labios
no te duermas sin sueño
no te pienses sin sangre
no te juzgues sin tiempo

pero si
pese a todo
no puedes evitarlo
y congelas el júbilo
y quieres con desgana
y te salvas ahora
y te llenas de calma
y reservas del mundo
sólo un rincón tranquilo
y dejas caer los párpados
pesados como juicios
y te secas sin labios
y te duermes sin sueño
y te piensas sin sangre
y te juzgas sin tiempo
y te quedas inmóvil
al borde del camino
y te salvas
entonces
no te quedes conmigo.

maio 22, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , , , , , | 2 Comentários

Simonal: he is back!

Não faltam razões para você conferir “Simonal: ninguém sabe o duro que eu dei”, dirigido por Claudio Manoel (Casseta & Planeta), Micael Langer e Calvito Leal

O documentário reconta a ascensão e queda de um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos. Ou, como diz Miele (um dos entrevistados do filme) seria o maior?

Se não foi maior, Simonal foi, pelo menos, o primeiro e mais incrível entertainer brasileiro. Dominava platéis com um jeito único (quase sempre debochado) e com suas interpretações versáteis. Na história da MPB, exisitiram poucos artistas tão populares e queridos pelo público. Driblou com maestria as barreiras do preconceito racial que, do seu jeito, tratava de criticar em algumas de suas apresentações.

Sua carreira meteórica foi interrompida com as acusações sobre seu suposto apoio à ditadura. Abandonado pela classe artística, linchado pela mídia, sofreu até o final dos seus dias o ostracismo siberiano, para usar a metáfora do jornalista Arthur da Távola. Obscuro e solitário, caiu em depressão e tornou-se alcóolatra. No final dos seus dias, peregrinou por programas de TV para mostrar, com documentos, que nunca havia flertado com os militares.  Em vão. Trinta anos depois do início de sua tragédia pessoal, Simonal não havia conseguido livrar-se do fantasma do passado. Perdeu Simonal, perdemos todos nós, sem a chance de conhecer outras façanhas desse showman.

E é exatamente esse o principal motivo para você assisir “Simonal: ninguém sabe o duro que eu dei.” O filme traz de volta aquele Simonal cheio de suingue e versatilidade que as novas gerações não tiveram o privilégio de conhecer. Mais do que fazer o justiça ao cantor, o trio de diretores oferece a muitos telespectadores como eu a oportunidade de conhecer um artista brasileiro smplesmente genial.

Se você ainda tem alguma dúvida, veja este encontro entre Simonal e Sarah Vaughan…

maio 18, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

10 (de 100) motivos para ver Radiohead

Como descrever a sensação de perder o imperdível? Sim, porque, convenhamos, ver o show do Radiohead pela Multishow não é realmente ESTAR no show do Radiohead. Então, cá estou eu, fincada na sofá da sala, bem longe de onde eu deveria ESTAR.

Para você, que não gosta ou não conhece o Radiohead, cá estão 10 (de 100) motivos para não perder o show da banda ao vivo, pela TV ou via streaming.

1. A banda inglesa deu uma super baforada criativa e renovadora na cena contemporânea do rock.

2. Suas letras inusitadas tratam de temas atuais com crítica inteligente,  sin perder la ternura jamás.  Hail to the Thief (Saudações ao Ladrão, em português) é uma referência velada à eleição para presidente dos Estados Unidos em 2002, quando George W. Bush roubou para vencer as eleições.

3. Os meninos são os transguessores que faltavam no mundo da música. Depois de Hail to the Thief, o Radiohead deixou a gravadora EMI e lançou seu sétimo álbum, In Rainbows, em 2007, por meio de download digital. Os compradores podiam escolher o quanto queriam pagar pelas faixas. Para delícia do público e desespero da indústria fonográfica.

4. A banda tem recebido elogios rasgados de gente boa como Michael Stipe, vocalista do R.E.M. Palavras dele: “Radiohead é tão bom, eles me assustam.

5. Quem acha que Radiohead deprime só entende parte da história. Ouvir Radiohead não é apenas curtir música de primeira. É experimentar novas sensações, estar subitamente numa outra trilha. É ter lentes para ver o mundo com outros olhos até que o fim de cada faixa.

6. Os caras sabem usar (direito) a tecnologia a favor da boa música (confira, por exemplo, as intervenções sintéticas nas músicas e o clip de House of Cards)

7. A estética da banda pode não agradar os gregos. Mas, definitivamente, é algo perturbadoramente revigorante.

8. Os caras fazem uma bela mistura de eletrônico, jazz, pop e o que mais vier para criar algo completamente novo.

9. Thom Yorke, o vocalista e compositor da banda, tem um estilo único de compor e interpretar as próprias músicas. Odeia fama e o mundo das celebridades e tem chamado atenção como ativista fazendo campanha para causas como a do comércio justo, movimentos anti-guerra como Campanha para Desarmamento Nuclear, campanhas da Anistia Internacional e, mais recentemente, a campanha “The Big Ask” do Friends of the Earth. Em 1999, tocou no concerto do Free Tibet.

10. Se você não curtiu Radiohead indo para o trabalho, olhando pro céu, viajando para muito longe, tenha certeza: está perdendo uma das melhoras coisas que a cultura pop oferece no momento.

março 23, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , , , , , , , , , | Deixe um comentário

Dias de “Glory box”

Há dias de “My baby just cares for me” com a Nina. Há dias que Ella insiste com “A fine romance”. E, claro, sempre haverão dias de Glory Box com Portishead. A música foi lançada em 1995 como single e fez parte de trilhas sonoras dos filmes Stealing Beauty (1996), When the Cat’s Away (1996), B. Monkey (1998), Tout pour plaire (2005) e Lord of War (2005).

O fato é que…

"I'm so tired of playing,
Playing with this bow and arrow,
Gonna give my heart away,
Leave it to the other girls to play.
For I've been a tempteress too long"

fevereiro 21, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , | 1 Comentário

Retro-blogagem é #armadilhadesatanas

Ando me sentindo um pouco como o diabo na rua, no meio do redemoinho. O trabalho consome nacos de meu dia e, claro, da minha atenção. Não tenho viajado como gostaria, não tenho blogado como deveria. ..ou tuitado, ou blipado…

No meio do redemoinho, perdi a blogagem #armadilhadesatanas, baseada no vídeo hilário que tive o prazer de conhecer por meio do Cezinha e da Srta Bia.

Perder blogagem bacana é que é #armadilhadesatanas…

fevereiro 18, 2009 Posted by | Café Outras Trilhas | , , , , | 2 Comentários