Outras Trilhas

Qual é a sua bússola?

Momentos cubanos

No ano passado, conheci em Cuba o fotógrafo brasileiro Tadeu Vilani no final da popular celebração do Dia da Trabalhador. Em poucos minutos de conversa, selamos uma parceria que teria como resultado as imagens realizadas para a reportagem que produzi para a revista Época sobre a blogueira Yoani Sanchez e a nova geração de cubanos.

Naquele momento, Tadeu estava entusiasmado com a possibilidade de voltar para a ilha no ano seguinte para as celebrações dos 50 anos da Revolução. O entusiasmo se transformou, de fato, em uma segunda viagem à ilha. “Acompanhando as notícias que circulavam, fiquei cada vez mais interessado em conhecer a ilha, e poder através da fotografia perceber as mudanças que estavam ocorrendo”, diz o fotógrafo.

As imagens dessas incursões por ruelas, casas, estradas, esquinas e plazas estão na exposição Compadre ?Que pasa? , que acontece entre os dias 27 e 30 de outubro no Centro de Eventos, Campus I, da UPF, em Passo Fundo.

Você também pode conferir as fotos da mostra em www.compadrequepasa.blogspot.com

outubro 16, 2009 Posted by | Em Cuba | , , , , | Deixe um comentário

Mais uma sobre os dias em Cuba

Reproduzo aqui a última da série de matérias que escrevi sobre meus dias em Cuba. Foi publicada na edição da Revista Epóca da semana passada e traz um novo perfil da blogueira Yoani Sanchez e um breve relato sobre a nova geracao de cubanos.

Leia aqui ou nas páginas abaixo.

Hasta pronto!

outubro 6, 2008 Posted by | Em Cuba | , , , , , , , , , , , | 6 Comentários

Entrevista com a blogueira cubana Yoani Sánchez

Estela Caparelli

Yoani Sanchez, a polêmica blogueira. Foto: Estela Caparelli

Clique aqui para ler a entrevista que realizei em Cuba com a polêmica blogueira Yoani Sánchez.

julho 30, 2008 Posted by | Em Cuba | , , , , , , , , | 3 Comentários

Cuba em pixels

Hoje, finalmente, baixei o restante das fotos produzidas em Cuba. Os momentos congelados em pixels trouxeram diante de mim uma ilha que, agora, parece quase lunar.

O tempo é perverso com os viajantes.

julho 16, 2008 Posted by | Em Cuba | , , , , , | 1 Comentário

O primeiro reality show político da blogosfera

E a polêmica encabeçada pela blogueira cubana Yoani Sanchéz continua na Internet. Se você não tem acompanhando a história, está perdendo uma oportunidade única de acompanhar, online, a construção de uma intrigante “trama digital” sobre a transição histórica em Cuba, o único país socialista das Américas e um dos poucos a peitar o governo de Washington.

O assunto é muito sério mas, com o desenrolar da história, tenho a impressão de estar diante de um reality show político. O primeiro reality show político da blogosfera.

Resumo rápido para aqueles que ainda não conhecem a trama. Yoani Sanchéz é uma filóloga (formada em linguística e literatura) cubana de 32 anos que, em abril do ano passado, decidiu criar o blog Geração Y, uma alusão aos cubanos nascidos nos anos 70 e 80 batizados, ao estilo soviético, com nomes iniciados pela letra Y. Decidiu arriscar e lançar um blog crítico ao governo cubano com sua verdadeira identidade, com direito a foto, nome completo e CV resumido. Desde então, critica as regras do regime por meio de relatos sobre seu cotidiano em Cuba. Em uma espécie de monólogo interno, fala de sua rotina, da última medida tomada pelo presidente Raúl Castro, de cenas observadas em alguma rua de Havana.

Em poucos meses, Yoani atraiu os olhares da mídia internacional e de internautas, a maioria cubanos residentes fora da ilha. Um único post já chegou a receber seis mil comentários.

Em maio deste ano, Yoani foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time. No mesmo mês, voltou a chamar a atenção da mídia internacional quando foi impedida de viajar para a Espanha para receber o prêmio Ortega y Gasset, organizado pelo jornal El País. Nesse mesmo mês, o Geração Y atingiu a marca de nove milhões de hits.

Yoani divide opiniões. Para os críticos de Fidel Castro, ela é, simplesmente, a heroína da vez. Os mais céticos desconfiam que ela seja uma agente dos interesses imperialistas, uma mercenária ou, simplesmente, uma menina desorientada que, de forma ingênua, ajuda o inimigo cubano. Diante das centenas de perguntas recebidas por ela, respondeu, via blog: “Não tenho pedigree.”

No meio dessa história, surgiu outro personagem, Yohandry Fontana, um médico cubano de 37 anos que criou um outro blog para rebater as acusações da blogueira, que ele chama de “a outra Y”.

Esta semana, a trama voltou a ganhar fôlego ao contar com uma participação especial: o próprio Fidel Castro. Ele aparece na história por meio do (longo) prefácio que escreveu para o recém-lançado livro “Fidel, Bolivia y algo más…Una visita histórica al corazón de América Latina.”

Quase no final do texto, com data de 4 de junho, ele cita sete frases publicadas por Yoani e diz que lamenta que jovens cubanos como ela sejam “enviados especiais para fazer trabalhos secretos e de imprensa neocolonial da antiga metrópole espanhola que os premia.” É uma clara alusão ao Ortega y Gasset, oferecido a Yoani pelo jornal espanhol El País e classificado por Fidel como “um dos tantos prêmios que oferece o imperialismo para mover as águas de seu moinho”.

Fidel afirma “um dos objetivos” do prefácio é “desmascarar os métodos pérfidos y cínicos do império”. Segundo ele, “o inimigo é sumamente vil. Cavalga sobre os instintos, ambições e vaidades daqueles em que nunca germinou uma ética elementar.”

Bem, Yoani preferiu que o marido, o jornalista Reinaldo Escobar, respondesse às acusações. A resposta está em um post publicado ontem no blog de Reinaldo, o Desde Aquí. Não consegui entender bem o motivo. Tudo certo. Como bloguespectadora, já deveria esperar algo surpreendente.

Em Havana, entrevistei Yoani para matérias que estou preparando sobre a blogueira cubana. Em breve, publicarei a entrevista na íntegra.

Enquanto isso, você pode acompanhar o reality show político por meio dos blogs de Yoani e Yohandry (links estão aí ao lado, na Seção Blogs).

To be continued…

junho 19, 2008 Posted by | Em Cuba, Os Analógicos-Digitais, Outras mídias | , , , , , , , , | 1 Comentário

Quase iguais

Em Cuba, eu costumava perguntar a opinião das pessoas sobre as mudanças em curso no país. Na maioria das vezes, escutava queixas sobre dois temas: baixos salários e restrições para viajar ao exterior. Ao que tudo indica, o presidente Raúl Castro parece estar atento a essas reclamações. Na edição desta quarta-feira, o jornal Granma anunciou o fim do igualitarismo salarial, em vigor desde a revolução de 1959, e a adoção de um modelo de gestão em que os pagamentos são feitos com base no rendimento e produtividade. Até agosto, as empresas terão que se adequar às novas regras.

Isso quer dizer os trabalhadores serão remunerados a partir da produtividade e da qualidade do serviço prestado, sem teto salarial. Se trabalham mais, receberão mais e, desta forma, contribuem para o aumento da produtividade. Um ingrediente básico na receita da vizinhança capitalista.

Raúl, o “Castro pragmático”, assumiu a presidência de Cuba em fevereiro quando o imbatível Fidel deixou o cargo por problemas de saúde. Desde então, tomou várias medidas para liberar algumas das travas consideradas anacrônicas e desnecessárias pela própria população. Liberou a venda de celulares e computadores, autorizou a entrada de cubanos em hotéis e está sinalizando outras mudanças. Para os críticos, as medidas ainda são cosméticas. Para os cubanos, é o baile mais acelerado das últimas décadas.

O fim do igualitarismo salarial não é, de nenhuma forma, uma medida superficial. Mais do que uma mudança prática, tem implicações simbólicas importantes em um sistema em que o conceito de “igualdade” é algo fundamental. Nos últimos anos, Cuba tem testemunhado o agravamento das desigualdades sociais com o crescimento da indústria do turismo. Nos anos 90, o setor ajudou o país a superar a depressão econômica provocada pelo colapso da antiga URSS e agravada pelo irresponsável embargo econômico norte-americano. Mas criou um apartheid entre turistas e cubanos e entre cubanos que trabalham dentro e fora do turismo. Hoje, é evidente a emergência de uma nova classe social e da economia informal, a alternativa para os cubanos que precisam complementar sua renda familiar.

Essa é a realidade. Cuba ainda apresenta muitos indicadores positivos e, para mantê-los, é necessário ter os pés fincados no chão, ouvidos abertos para as ruas e olhos fechados para receitas liberais fáceis.

junho 12, 2008 Posted by | Em Cuba, Outra economia | , , , , , | Deixe um comentário

Uma foto vale mil camisetas

Che participava do funeral das vítimas da explosão (supostamente provocada pela CIA) de um navio francês ancorado no porto de Havana quando o fotógrafo Alberto Korda produziu a foto. Anos depois, a imagem se transformou em um dos símbolos do século XX, povoando o imaginário de milhões de pessoas e a estampa de milhares de camisetas.

A foto começou a se tornar célebre sete anos após a morte del Che, quando o editor italiano Giangiacomo Feltrinelli decidiu usá-la na edição italiana dos diários do guerrilheiro.

Até o final de sua vida, Korda se recusou a receber dinheiro pelas fotos. Acreditava no socialismo e nas idéias do revolucionário.

junho 7, 2008 Posted by | Em Cuba | , , , | Deixe um comentário

No Malecón, a espera

junho 7, 2008 Posted by | Em Cuba | , | Deixe um comentário

En la Plaza Vieja, el nuevo vola


maio 29, 2008 Posted by | Em Cuba | , | Deixe um comentário

Entre os pães, as idéias

Foi tudo rápido e, por isso, faltou foco. Mas, agora, vejo que a falta de nitidez involuntária reflete melhor essa Cuba transitória.

maio 29, 2008 Posted by | Em Cuba | | 1 Comentário